Bem-Vindo ao Estação 018!
quinta-feira, 16 de maio de 2013
Pó no vento
Fim de tarde.
Passara o despertar da alva.
Passara o causticar do alto meio-dia.
Fim de tarde.
Olhava para trás
e via o campo eterno já arado,
via os sulcos abertos e aspirantes,
mas angustiava-se.
Onde estavam o frutos?
Nem flores surgiriam?
Sementes em dormência eterna?
Constatou
o tempo vão
e o vazio do campo.
Desistiu:
uniu as quatro pontas da vida quadrada
e voltou a ser pó
que viaja no vento.
Vento que leva pó
e por si só
prega a vaidade do tempo:
só sobrará o pó e
soçobrará o barco.
Vento que leva pó
e por si só
ensina os círculos que a vida descreve:
faz girar o catavento na mão da criança
levando o pó de quem
perdeu-se no desespero da esperança.
Raul Albuquerque
16/05/2013
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boníssima surpresa achar esse blog na deriva da madrugada!
ResponderExcluirSerá sempre bem-vindo, Gabriel!
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