antes porta do universo,
já vai esbranquiçando.
Dói saber que já é a manhã,
que hoje já é amanhã.
Dói em mim
saber que, sim,
haverá um fim
e não tardará:
a manhã vem te buscar.
Mas permanece deitada aí
e sonhando,
que eu vou relembrando:
teus olhos fechados gritavam,
tua boca aberta me calava,
tuas mãos fechadas me comportavam
e me carregavam por sete céus,
tuas pernas... quanto guardavam!
Rio
quando lembro de ti.
Mas é o que sempre dizem:
depois de uma ótima noite,
sempre vem a cruel manhã...
ou algo parecido.
Raul Albuquerque
25/05/2013
Belo poema. Possue a lascividade necessária ao relato, mas não perde o lirismo.
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