Uns por haver rechaçado
o que não amavam de seu amor,
porque não aceitaram mudar
de tempo, mudaram de terra:
suas razões eram suas lágrimas.
E outros mudaram e venceram
seguindo com sua história.
E também tinham razão.
A verdade é que não há verdade.
Mas eu em meu canto cantando
vou, e me contam os caminhos
todos quantos viram passar
neste século de homens sem pátria.
E o poeta segue cantando
tantas vitórias e dores
como se este pão turbulento
que comemos, os desta era,
talvez foi amassado com terra
debaixo de pés ensanguentados,
talvez foi amassado com sangue
o triste pão da vitória.
Poema "Exilios".
Escrito por Pablo Neruda, em Isla Negra, em 1969.
Publicado no livro "Fin del mundo", em 1969.
Traduzido por Raul Albuquerque
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