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Seja bem-vindo ao "Estação 018"! Um blog pouco reticente, mesmo cheio destas reticências que compõem a existência. Que tenta ser poético, literário e revolucionário, mas acaba se rendendo à calmaria de alguns bons versos. Bem-vindo a uma faceta artística do caos... Embarque sem medo e com ânsia: "Estação 018, onde se fala da vida..."

sábado, 2 de fevereiro de 2013

"Exilios" (de Pablo Neruda)


Uns por haver rechaçado
o que não amavam de seu amor,
porque não aceitaram mudar 
de tempo, mudaram de terra:

suas razões eram suas lágrimas.

E outros mudaram e venceram
seguindo com sua história.

E também tinham razão.

A verdade é que não há verdade.

Mas eu em meu canto cantando
vou, e me contam os caminhos
todos quantos viram passar
neste século de homens sem pátria.
E o poeta segue cantando
tantas vitórias e dores
como se este pão turbulento
que comemos, os desta era,
talvez foi amassado com terra
debaixo de pés ensanguentados,
talvez foi amassado com sangue
o triste pão da vitória.

Poema "Exilios".
Escrito por Pablo Neruda, em Isla Negra, em 1969.
Publicado no livro "Fin del mundo", em 1969.
Traduzido por Raul Albuquerque

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