o caos habita em mim
desceu ao meu olhar
depois de tantos olhares
o caos habita em mim
ouviu-se no meio das trezentas
- ou só três - vozes persistentes
o caos habita em mim
mas não é meu
fluiu de nascentes límpidas até meu oceano
o caos habita em mim
que vivo à deriva
que vivo sem cais no caos
o caos habita em mim
e em tudo que me cerca
e é contagioso
o caos habita em mim
recebi-o como recompensa
ou como castigo
por ter sorrido para o céu
quando não havia estrelas
por não ter ligado a lâmpada
quando a noite caiu
por ter aceito
quando nem havias feito o pedido
por ter deposto a lógica
quando quis outra rainha em meu reino - caótico -
por ter enviado o coração
quando não sabia o destinatário
Raul Cézar de Albuquerque
23/02/2013
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