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Allen Ginsberg |
Irwen Allen Ginsberg é um dos maiores nomes da poesia da Geração Beat e grande nome da contracultura estadunidense. A vida conturbada principalmente pela instabilidade psicológica de sua mãe - que tinha surtos de paranoia e ataques epiléticos frequentemente - marcou fortemente seu estilo e sua abordagem de temas de grande repercussão. Seu poema mais celebrado - e polêmico - é "Uivo" (publicado em 1955), mas o roubo de hoje será "Canção". O poema é simples, mas em si guarda o desconhecido flertando com o óbvio.
O peso do mundo
é o amor.
Sob o fardo
da solidão,
sob o fardo
da insatisfação
o peso
o peso que carregamos
é o amor.
Quem poderia negá-lo?
Em sonhos
nos toca
o corpo,
em pensamentos
constrói
um milagre,
na imaginação
aflige-se
até tornar-se
humano —
sai para fora do coração
ardendo de pureza —
pois o fardo da vida
é o amor,
mas nós carregamos o peso
cansados
e assim temos que descansar
nos braços do amor
finalmente
temos que descansar nos braços
do amor.
Nenhum descanso
sem amor,
nenhum sono
sem sonhos
de amor —
quer esteja eu louco ou frio,
obcecado por anjos
ou por máquinas,
o último desejo
é o amor
— não pode ser amargo
não pode ser negado
não pode ser contido
quando negado:
o peso é demasiado
— deve dar-se
sem nada de volta
assim como o pensamento
é dado
na solidão
em toda a excelência
do seu excesso.
Os corpos quentes
brilham juntos
na escuridão,
a mão se move
para o centro
da carne,
a pele treme
na felicidade
e a alma sobe
feliz até o olho —
sim, sim,
é isso que
eu queria,
eu sempre quis,
eu sempre quis
voltar
ao corpo
em que nasci.
é o amor.
Sob o fardo
da solidão,
sob o fardo
da insatisfação
o peso
o peso que carregamos
é o amor.
Quem poderia negá-lo?
Em sonhos
nos toca
o corpo,
em pensamentos
constrói
um milagre,
na imaginação
aflige-se
até tornar-se
humano —
sai para fora do coração
ardendo de pureza —
pois o fardo da vida
é o amor,
mas nós carregamos o peso
cansados
e assim temos que descansar
nos braços do amor
finalmente
temos que descansar nos braços
do amor.
Nenhum descanso
sem amor,
nenhum sono
sem sonhos
de amor —
quer esteja eu louco ou frio,
obcecado por anjos
ou por máquinas,
o último desejo
é o amor
— não pode ser amargo
não pode ser negado
não pode ser contido
quando negado:
o peso é demasiado
— deve dar-se
sem nada de volta
assim como o pensamento
é dado
na solidão
em toda a excelência
do seu excesso.
Os corpos quentes
brilham juntos
na escuridão,
a mão se move
para o centro
da carne,
a pele treme
na felicidade
e a alma sobe
feliz até o olho —
sim, sim,
é isso que
eu queria,
eu sempre quis,
eu sempre quis
voltar
ao corpo
em que nasci.
Poema "Canção" de Allen Ginsberg.
Meu caro Raul, sei que ando em falta com você, e não sei se dizer que 2012 foi um ano - pessoal, profissional e poeticamente - tácito e sonolento justifica. Enfim, peço que você me desculpe e, se possível, continue pedindo minha opinião sempre que julgar pertinente. Assim como agora peço a sua para essa minha "volta" a um ritmo mais dinâmico de escrita e, consequentemente, de postagens no blog e comentários nos blogs que me interessam.
ResponderExcluirJorge, 2012 também foi um ano complicado pra mim - justifica, sim. Tá desculpado, sem problemas.
ExcluirEspero ansioso por seus novos - ótimos - poemas!