Nunca fomos tantos
e nunca estivemos tão sós
- há algo errado nisso.
Ou será que tudo sempre esteve errado?
Se, quando havia apenas dois no jardim,
o plano deu errado, imagina com
esses tantos bilhões imersos
num caos duplamente fatal:
real e virtual.
São muitas bocas para alimentar
e estas mesmas bocas querem ser ouvidas.
E tudo é colapso.
E tudo é insônia.
Tudo é barulho.
Tudo é trânsito.
Tudo está em trânsito:
o hoje está só esperando
para ser ontem e o amanhã nem existe.
Não nos cabe sorrisos.
A felicidade é utópica.
Estática. Pragmática.
E sempre externa.
E sempre longínqua.
E você me pergunta se a felicidade está morta.
Eu não sei.
Nunca foi de seu feitio visitar as pessoas.
Alguns dizem que a viram passeando, mas nada comprovado.
Todos procuram, ninguém acha, sempre foi assim
- deve ser o modo certo de as coisas acontecerem,
ou não.
Raul Cézar de Albuquerque
06/03/2013
Raul, parabéns pela belezura dos poemas, e pela inspiração. ;)
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