os olhos só veem o óbvio
e não se contentam com tão pouco
algo incomoda
e já se sabe que o que grita
é o que falta
num momento
tudo só possui uma face
tudo só possui frente
e o poeta fica sem verso
sem verso
sem ver sorrisos
por trás da irritação fingida
querendo ser consumida
em chamas noturnas
e inapagáveis
só frente
sem verso
sem a poesia in loco
in love
inlavável
o poeta só vê a fachada
e perde o interior
fica na frente do mundo
sem verso
e sem verso fica
sem carta na manga
nem na caixa de correspondência
e sem verso fica
e sem verso vai
e sem verso voa
no verso de um olhar
Raul Cézar de Albuquerque
26/03/2013
*dedicado a Djessika Guimarães
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