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quinta-feira, 21 de março de 2013

Sobre "A Busca": o cinema brasileiro encontrou-se


 Foi recentemente lançado o filme "A Busca". E eu - que sempre tive minhas ressalvas ao cinema nacional - reconheço que o filme ultrapassou o limite do comum, do óbvio, do que geralmente se espera de um filme brasileiro. 



A sinopse sugere um "thriller dramático", mas ele é bem mais drama que thriller. A busca de um pai por um filho é apenas a "deixa" para um viagem para desenterrar lembranças e sentimentos esquecidos, ressuscitar uma paixão e desbravar novas terras.
O sumiço do filho leva os pais - então, separados - a repensarem conceitos e julgarem-se no papel de pais e, consequentemente, guias e testemunhas da vida do filho. Cientes das faltas nas suas funções, percebem o significado da fuga.


O elenco fixo do filme resume-se a Wagner Moura - que representa Theo, o pai do fugitivo Pedro - e Mariana Lima - que representa Branca, mãe de Pedro. Ambos sustentam a trama, apresentando um casal esfriado pela rotina e separado pelo cotidiano que revive para ter de volta seu filho.



A presença do Brás Antunes - que representa Pedro, o filho que foge, e que é filho do grande Arnaldo Antunes - é pouco marcante e o próprio roteiro não dá margem de atuação ao personagem que tem destaque no começo, mas durante o filme tem rápidas aparições. A presença de Lima Duarte - que representa o avô de Pedro, pai de Theo - é um presente que é dado ao espectador no fim do longa.


Direção, roteiro, fotografia e trilha sonora impecáveis. A produção inclui o nome do gênio Fernando Meirelles.


"A Busca" representa a procura de um homem comum - imerso no "desespero silencioso" -por uma verdade perdida nas curvas da estrada. Atrás do filho, o pai encontra-se novamente consigo próprio.

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