Morreu ontem, quarta-feira (01/02/2012), a poetisa mais famosa que a Polônia já produziu, Wislawa Szymborska, aos 88 anos. Foi considerada a "Mozart da poesia". O nome complicado pra ler e escrever assinou muitos poemas cheios de humor e ironia, mesmo tratando de temas como o amor, a existêcia, a efemeridade...
Era restritamente conhecida até 1996. Até que no mesmo ano recebeu o prêmio Nobel de Literatura "pela poesia que, com precisão irônica, permite que contextos históricos e biológicos venham à tona, em fragmentos de realidade humana."
Ela viveu a Segunda Guerra Mundial e viu seu país ser obliterado pelos alemães. Mas sua poesia é cheia de um otimismo raro em poetisas. Em homenagem a ela, deixo um trecho do seu poema, pelo qual tenho especial admiração, "A vida na hora":
"A vida na hora.
Cena sem ensaio.
Corpo sem medida.
Cabeça sem reflexão.
Não sei o papel que desempenho.
Só sei que é meu, impermutável.
De que trata a peça
devo adivinhar já em cena.
Despreparada para a honra de viver,
mal posso manter o ritmo que a peça impõe.
Improviso embora me repugne a improvisação.
Tropeço a cada passo no desconhecimento das coisas."
"A vida na hora.
Cena sem ensaio.
Corpo sem medida.
Cabeça sem reflexão.
Não sei o papel que desempenho.
Só sei que é meu, impermutável.
De que trata a peça
devo adivinhar já em cena.
Despreparada para a honra de viver,
mal posso manter o ritmo que a peça impõe.
Improviso embora me repugne a improvisação.
Tropeço a cada passo no desconhecimento das coisas."
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