Estou feliz por voltar a escrever. E é dessa felicidade, inicialmente insignificante, que vou falar no poema. A verdadeira felicidade. O poema veio quando pensei na Questão de Ser Feliz:
Ser feliz é
uma das coisas mais simples da vida.
Talvez por
isso seja tão difícil.
Acostumaram-nos
a sofrer pra não ter ferida.
A chorar de
dor pra não ter suplício.
(E com certeza
há algo errado nesse pensamento.
Sofrer pra não
sofrer é ridiculamente impraticável.
Há algo de
inconcebível neste semi-sentimento.
Há muito de
infelicidade no sofrimento inacabável.)
A questão de
ser feliz é muito complicada,
Como já citei,
por ser simples demais.
Estamos
acostumados à vida sempre inacabada.
Acostumados à
cobrança que nos tira a paz.
E a felicidade
nos cobra uma falta de cobrança.
Ela precisa
chegar sem pressa.
Ela não
permanece onde há a desesperança.
Ela está onde
o controle cessa.
Não deixe a
felicidade pela certeza.
Não a deixe fugir
nem por um triz.
Entregue-se à
existência e sua leveza.
Não procure
ser, apenas seja feliz.
Raul Cézar de Albuquerque
11/02/2012
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