Bem-Vindo ao Estação 018!


Seja bem-vindo ao "Estação 018"! Um blog pouco reticente, mesmo cheio destas reticências que compõem a existência. Que tenta ser poético, literário e revolucionário, mas acaba se rendendo à calmaria de alguns bons versos. Bem-vindo a uma faceta artística do caos... Embarque sem medo e com ânsia: "Estação 018, onde se fala da vida..."

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Escrever como se fala...


Acho que o poema não precisa de introdução. Ele é auto-explicativo. Escrever como se fala...



Dizem que é um problema meu
Não escrever como geralmente falo.
Dizem que parece não ser eu.
Pois, para escrever, eu me calo.

Calo-me para não impregnar a Poesia
Com este odor de existência,
Ou pior, semiexistência, eu diria.
A Poesia merece reverência.

As palavras que falo estão condenadas
Ao triunfo do Finito sobre o Eterno.
Mas as que escrevo serão imortalizadas
Pelo extremo e perpétuo Inverno.

Este Inverno de frieza viva.
Este solstício tão agradável
Que me faz uma pessoa cativa
Deste calor tão relevável.

As minhas palavras são impuras.
Mas as do dicionário estão purificadas pela Eternidade.
Elas vêm desde Homero, elas são duras,
Elas são pesadas, maciças, são palavras de verdade.

As palavras escritas além dos fonemas.
As letras, heranças latinas, além dos grunhidos.
A Poesia muito, mas muito além dos poemas.
Os versos vividos muito além dos sentidos.

Raul Cézar de Albuquerque
 20/01/2012

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