Bem-Vindo ao Estação 018!


Seja bem-vindo ao "Estação 018"! Um blog pouco reticente, mesmo cheio destas reticências que compõem a existência. Que tenta ser poético, literário e revolucionário, mas acaba se rendendo à calmaria de alguns bons versos. Bem-vindo a uma faceta artística do caos... Embarque sem medo e com ânsia: "Estação 018, onde se fala da vida..."

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Decadência...


O poema fluiu. Isso resume bem o sentimento do poeta em relação ao poema. É muito raro que o poema flua. Este fluiu. Espero que gostem...

Eu vi muitos bêbados caídos.
Eu vi lágrimas derramadas em Segredo.
Eu vi muitos amores traídos.
Eu vi a Vida ser vencida pelo Medo.

Eu vi os sábios em seu Silenciar.
Eu vi uma multidão de justos corrompidos.
Eu vi muitos tolos em seu Gritar.
Eu vi muitos calados – satisfeitos – iludidos.

Eu vi a Pureza cair no Esquecimento.
Eu vi mulheres e homens entregando-se.
Eu vi o Sentir ser vencido pelo Sentimento.
Eu vi inúmeros Virtuosos calando-se.

Eu vi seres amorosos serem esquecidos.
Eu vi o choro silencioso dos justos.
Eu vi a Alegria dos impuros em seus estampidos.
Eu vi a vitória da maldade a altos custos.

Eu vi a Morte visitar casas sem intervalo.
Eu vi a Tristeza invadindo vidas.
Eu vi a fraca Fortaleza e o seu abalo.
Eu vi a Liberdade abrindo feridas.

Eu vi a queda da Moral, como vi cair a chuva.
Eu vi Valores indo, em queda livre, ao chão.
Eu vi o estado terminal da Literatura.
Eu vi a boa música na sua mais clara depressão.

Eu vi a Regressão – Darwin estava errado.
Eu vi a Verdade ser vencida pela Ciência.
Eu vi o Direito à Vida ser brutalmente violado.
Eu vi a mais humana e notável Decadência.

Raul Cézar de Albuquerque
20-21/01/2012



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