Não é o Sherlock Holmes |
Do ponto de vista estético, o filme merece muitos elogios. Cenas de ação feitas à noite foram bem constituídas, mas pecaram pelo excesso de closes e câmeras lentas. Tudo, no campo dos efeitos, foi muito bem executado, mas o excesso deles nas cenas de ação deixou as cenas de conversas ou de conjecturas (todas diurnas) relativamente cansativas. Concluindo esta parte: para atrair o grande público, prezaram pela ação e nos privaram da inteligência do detetive mais famoso de todos os tempos.
O vilão não convence. |
Do ponto de vista "roteirístico", o filme é estranho. Parece estar recorrentemente "roubando" ideias dos contos de Conan Doyle, pois as imagens que o escritor criou não percorrem todo o filme, apenas são deixadas no decorrer do filme, mas um conto foi especialmente utilizado, "O problema final". Neste conto, está a expressão "Ele é o Napoleão do crime!" e a recorrência dos disfarces de Holmes [que foi algo muito utilizado para humor no filme, quando, na literatura, é algo que mostra a perícia e a prudência de Sherlock]. O vilão, que é o professor Moriarty, não pega, pois no original é um homem que está no nível de Holmes, segundo o próprio Holmes, mas este não funcionou, só preencheu o vazio da imagem de um vilão.
Do ponto de vista humorístico, o filme é muito bom, mas é instável. O humor do filme às vezes funciona, às vezes, não. Baseado nos disfarces de Holmes, nas expressões de Watson e no absurdo (que terrivelmente acaba igualando o Holmes de Conan Doyle a qualquer personagem de Albert Camus), o humor do filme é, como já disse, instável, pois nem sempre funciona, ou pior, nem sempre é bom.
A trilha sonora é impecável. Parece ser uma coisa feita junto com o filme, mas está baseada em Mozart (inclui representação de Don Giovani), Franz Schubert e outros compositores clássicos. Pelo menos a boa música não desapareceu para agradar ao povo.
A trilha sonora é impecável. Parece ser uma coisa feita junto com o filme, mas está baseada em Mozart (inclui representação de Don Giovani), Franz Schubert e outros compositores clássicos. Pelo menos a boa música não desapareceu para agradar ao povo.
Muita ação, pouca contemplação. |
Do ponto de vista pessoal, uma coisa fere o filme fatalmente: "Aquele personagem não é Sherlock Holmes." Os roteiristas usaram a imagem, a fama e a atmosfera do detetive mais famoso de todos os tempos, mas não usaram-no, não usaram o Sherlock de Conan Doyle, eles inventaram um novo Holmes.
O Sherlock Holmes do filme fica entre o gay apaixonado e o amigo possessivo do Dr. Watson; este não tem aquela admiração pela inteligência de Iréne Adler, tem apenas uma rixa com ela; este é mais lutador que propriamente um detetive (ele corre, bate e cai mais do conjectura, planeja e pensa) ; este é mais louco que gênio; este é mais fantasioso do que propriamente lógico.
O filme é bom, mas não é um filme de Sherlock Holmes. Poderia ser qualquer outro, poderia ser o Hercule Poirot ou o Auguste Dupin. Mas, com certeza, não é, não é, o Sherlock Holmes que o gênio Sir Arthur Conan Doyle criou.
Concordo plenamente! Se pensar direitinho... Jack Chan poderia fazer o papel principal, muita ação e pouco Sherlock
ResponderExcluirAlekrin
É... só não escolheram Jack Chan pra manter o estereótipo. Se formos analisar a fidelidade ao original, o filme nada menos que decepcionante.
Excluirok,críticas á parte,alguém poderia responder qual o nome da música clássica que um dos capangas de Moriarty assovia antes de brigar com Holmes?
ResponderExcluirSe você está se referindo a uma cena bem no começo que se passa num beco... O capanga assovia a música "Primavera" das quatro estações de Vivaldi.
ExcluirNé não...
Excluiré Mozart
Eine Kleine Nachtmusik Mozart
ExcluirNão concordo. Não concordo nada. Li vários livros do Conan Doyle depois de assistir ao filme. O modo como Sherlock era descrito se encaixava perfeitamente na atuação do Robert.
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