Bem-Vindo ao Estação 018!


Seja bem-vindo ao "Estação 018"! Um blog pouco reticente, mesmo cheio destas reticências que compõem a existência. Que tenta ser poético, literário e revolucionário, mas acaba se rendendo à calmaria de alguns bons versos. Bem-vindo a uma faceta artística do caos... Embarque sem medo e com ânsia: "Estação 018, onde se fala da vida..."

quarta-feira, 11 de maio de 2011

O Realismo...

O movimento Romântico tinha marcado seu tempo, mas era hipócrita: mostrava a beleza da vida burguesa e escondia os podres do capitalismo – a escravidão, a cobiça, a inveja e a traição... Principalmente a traição. Mas a hipocrisia sempre gera revolta em alguma parte da sociedade; para cada sociedade hipócrita há um grupo de revolucionários e a literatura apresentou logo os seus...


Honoré de Balzac
Tudo começou com o escritor francês Honoré de Balzac (1799-1850) que observou a ilusória sociedade perfeita criada nas mentes comuns pelos escritores românticos e resolveu mostrar a realidade, então se pôs a escrever. Começou a escrever uma série de romances denominada Comédia Humana que era composta por três livros e ridicularizava todas as ações da sociedade burguesa, além de pôr abaixo toda a moral da burguesia. E não parou, ainda escreveu uma série de seis novelas que foi intitulada Cenas da Vida Privada que expôs os mais sórdidos detalhes da vida dos burgueses... Com seis novelas e três romances, Honoré de Balzac deu início ao movimento realista e influenciou todos os demais escritores do movimento.

Ateliê do Artista
Para iniciar o movimento nas artes plásticas era necessário algo mais contundente e foi o que ocorreu com Gustave Courbet (1819-77)... Ele pintou alg
umas poucas obras e mandou-as para o júri do Salão de Paris de 1855, dez delas foram aceitas – as mais inanimadas -, mas a rejeição de algumas obras mais “realistas” indignou Courbet de tal modo que o fez montar uma exposição própria, a Exposição Universal de Paris, onde ele expôs a sua obra-prima, uma verdadeira declaração dos conceitos realistas: a obra era O ateliê do artista (1854-55) que apresentava ele próprio no centro do quadro, uma modelo nua ao seu lado, alguns poetas realistas franceses como Charles Baudelaire (1821-67), teóricos que pregavam o socialismo como Pierre-Joseph Proudhon (1809-65), além de todas essas aversões a conceitos sociais, o ambiente em que a arte era criada era sombrio e hostil, nada poético ou belo. Nas artes plásticas, o realismo apareceu pelos pincéis de homens como Honoré Daumier (1808-79), Jean-François Millet (1814-75), Adolph Menzel (1815-1905) e Henri Fantin-Latour (1836-1904) em quadros mostrassem o trabalho no campo, o esforço nas indústrias, a exaustão dos trabalhos nas metrópoles, enfim, a crueldade do capitalismo.

Gustave Flaubert
A literatura voltou a levantar a bandeira realista com a popularização da obra de outro francês, Gustave Flaubert (1821-80) que era burguês, mas declarou total aversão à vida burguesa quando escreveu Madame Bovary (1856), um romance que expôs as mais vergonhosas feridas no âmago da aparentemente perfeita sociedade burguesa, pois Emma Bovary não é feliz, trai o marido e se suicida no final do livro.


Machado de Assis
No Brasil,o realismo chega e vigora durante as últimas décadas do século XIX sob as influências européias de Comte, Marx, Tainne e Darwin. Nasce em terras tupiniquins com dois romances: Memórias Póstumas de Brás Cubas de Machado de Assis e O mulato de Aluísio de Azevedo, ambos publicados em 1881. O Realismo brasileiro apresenta algumas características: A oposição ao Romantismo, o Criticismo, a Objetividade, a Impessoalidade, o Detalhismo, a Burguesofobia, etc. Continuou e foi marcado ainda por O Ateneu de Raul Pompéia; O cortiço de Aluisio de Azevedo; Dom Casmurro, Quincas Borba e Memorial de Aires todos de Machado de Assis. Todas as obras realistas brasileiras apresentavam as mazelas sociais – como a miséria, a monarquia e a escravidão – que eram presentes no século XIX, mas foram abolidas ou aliviadas no final do mesmo século.