Bem-Vindo ao Estação 018!


Seja bem-vindo ao "Estação 018"! Um blog pouco reticente, mesmo cheio destas reticências que compõem a existência. Que tenta ser poético, literário e revolucionário, mas acaba se rendendo à calmaria de alguns bons versos. Bem-vindo a uma faceta artística do caos... Embarque sem medo e com ânsia: "Estação 018, onde se fala da vida..."

segunda-feira, 2 de abril de 2012

"Sou" de Jorge Luis Borges





Sou o que sabe que não é menos vão
que o vão observador que no espelho
de silêncio e cristal segue o reflexo
ou o corpo (dá no mesmo) do irmão.


Sou, tácitos amigos, o que sabe
que não há outra vingança que não o esquecimento
nem outro perdão. Um deus concedeu
ao ódio humano esta curiosa chave.


Sou o que, apesar dos ilustres modos
de errar, não decifrou o labirinto,
singular e plural, árduo e distinto,


do tempo, que é um e é de todos.
Sou o que é ninguém, o que não foi espada
na guerra. Sou eco, esquecimento, nada.


Poema "Sou", de Jorge Luis Borges.
(Uma das maiores injustiças do Nobel)
Fielmente traduzido por Raul Cézar de Albuquerque.

4 comentários:

  1. uma das maiores injustiças do nobel e uma das coisas mais grandiosas para nós, mortais.

    parabéns pelo blog. ;)

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Obrigado!
      Nós, mortais, tentamos sublimar a existência através da arte... mas alguns, como Borges, alcançam níveis extremos de sublimação e nos inspiram arte!

      Excluir
  2. Pode me ajudar com um comentario sobre esse poema

    ResponderExcluir