Bem-Vindo ao Estação 018!


Seja bem-vindo ao "Estação 018"! Um blog pouco reticente, mesmo cheio destas reticências que compõem a existência. Que tenta ser poético, literário e revolucionário, mas acaba se rendendo à calmaria de alguns bons versos. Bem-vindo a uma faceta artística do caos... Embarque sem medo e com ânsia: "Estação 018, onde se fala da vida..."

sábado, 24 de março de 2012

Sons de Guerra...

 

No mesmo clima do "Vozes Inexistentes", escrevo um poema sobre guerra e sobre silêncio... gostei muito do poema... Ele fluiu sincero, embora hermético (para mim)... Fiquem com Sons de Guerra:

Urros e explosões.
Balas de canhões.

Muitos gritos de dor.
Armas à todo vapor.

Choro de mulheres e mães.
(Inglesas, russas ou alemãs)

- Geralmente se pensa nisso,
quando se fala de guerra.
Esquece-se de quem foi omisso
e se abre os ouvidos a quem berra.

O problema é que não entendemos
que a guerra não se expressa nos gritos.
A verdade é que não queremos
entender que a guerra inutiliza os ouvidos.

Na guerra, algo só serve para uma função:
ou morrer, ou sumir, ou matar.
Na guerra, não há lógica, catarse ou emoção.
Corações só servem para parar.
Cabeças só servem para rolar.

Na guerra, há barulho, mas é decorativo.
A guerra em si não emite som.
Ela está na inércia das vozes, no uso do curativo
e na distorção do que é bom.

Então, quando houver um bombardeio intenso.
Independente do teu lado,
Lembra-te de que o som da guerra é silêncio.
Por isso permaneço calado.

Raul Cézar de Albuquerque
24/03/2012

Nenhum comentário:

Postar um comentário