No mesmo clima do "Vozes Inexistentes", escrevo um poema sobre guerra e sobre silêncio... gostei muito do poema... Ele fluiu sincero, embora hermético (para mim)... Fiquem com Sons de Guerra:
Urros e explosões.
Balas de canhões.
Muitos gritos de dor.
Armas à todo vapor.
Choro de mulheres e mães.
(Inglesas, russas ou alemãs)
- Geralmente se pensa nisso,
quando se fala de guerra.
Esquece-se de quem foi omisso
e se abre os ouvidos a quem berra.
O problema é que não entendemos
que a guerra não se expressa nos gritos.
A verdade é que não queremos
entender que a guerra inutiliza os ouvidos.
Na guerra, algo só serve para uma função:
ou morrer, ou sumir, ou matar.
Na guerra, não há lógica, catarse ou emoção.
Corações só servem para parar.
Cabeças só servem para rolar.
Na guerra, há barulho, mas é decorativo.
A guerra em si não emite som.
Ela está na inércia das vozes, no uso do curativo
e na distorção do que é bom.
Então, quando houver um bombardeio intenso.
Independente do teu lado,
Lembra-te de que o som da guerra é silêncio.
Por isso permaneço calado.
Raul Cézar de Albuquerque
24/03/2012
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