"Procura-se o que eu já fui um dia.
Perdido há algum tempo e em algum lugar."
Uma frase dotada de subjetividade arredia.
Uma boa frase para resumir o que quero achar.
Eu quero me achar.
Não este eu sério, sujo e fechado.
Eu quero regressar.
Eu quero resgatar o que foi deixado.
Um dia desses fui procurar-me no espelho.
Previsivelmente, não me achei.
Previsivelmente, não fiquei vermelho.
Previsivelmente... eu não sei.
Eu não sei onde encontrar-me.
Mas sei que quero achar este "eu-perdido".
Mesmo sem certeza, quero reformular-me.
Quero restaurar o altar caído.
Altar? Sim, o altar violado pela hipocrisia.
Depredado pela depressão.
O altar escondido pela poesia.
Destruído pela razão.
"Procura-se um sorriso infalível."
"Procura-se algo para dizer"
"Procura-se um sonho impossível."
"Procura-se uma razão para viver."
[Recompensa? Eu não tenho nada valioso.
Não tenho nada de muito importante.
Posso dar-te um coração ansioso.
Posso dar-te um coração palpitante.]
Raul Cézar de Albuquerque
07/03/2012
Bom texto e belo blog.
ResponderExcluir"Quero restaurar o altar... o altar violado pela hipocrisia."
Isso fala muito da nossa missão enquanto poetas, numa época em que a arte é constatemente subvertida em prol da alienação.
Isso. Produzir arte hoje é tentar restaurar algo destruído há algum tempo... E são poucos para realizar esta tarefa, mas vamos seguindo...
ExcluirObrigado pelo comentário!