Seguindo novos pedidos tentei escrever sem rimas, agora baseado na poesia do Álvaro de Campos, este seguiu mais o meu estilo, mesmo sem a estrutura de sempre... Gostei da tensão e da loucura meio racional presentes no poema! Fiquem com Insanidade Emocional...
Sim. Eu sou louco.
Cheguei a esta conclusão,
não pelo que tenho feito,
mas pelo que tenho pensado.
Depois de perceber-me em queda
(não em queda livre,
pois liberdade não é algo que vem me acometendo.)
eu vi que não estou preocupado com o fim da queda.
Eu deveria estar assustado
com a ideia de ver-me caindo
e esfarelar-me ao encontrar o assoalho
dissipando-me na forma de mil letras.
Mas eu tenho pensado que,
pouco antes do toque entre eu e o meu fim,
alguma espécie de antigravidade atuará
e me fará subir a alturas
nunca antes cogitadas, muito menos visitadas.
Por isso permaneço em queda,
para ascender.
Mas acho não só para isso!
(Há um prazer no cair que o subir não explica
não retrata nem atinge...
A queda em si, não é queda.
É um período de adaptação
para que a ascensão não traga efeitos colaterais.
Por isso - acho - que sigo caindo).
Raul Cézar de Albuquerque
30/03/2012
Nenhum comentário:
Postar um comentário