há refúgios
em que posso ser outro
há um pedaço
de sonho que perdura
após o abrir das portas.
nesse pedaço sou todos
os outros que não eu.
ontem poderia ter sido
bel ami
don juan
casa nova
- tudo de mentira.
hoje fui
bentinho
e defasado romeu
- meio de verdade.
amanhã
posso ser
napoleão vitorioso
ou
brás cubas em lamento
num apartamento
em paris ou veneza
a fim de um par
para um último tango.
nomes já não são importantes
posso mudá-los numa palavra
como que
de um lugar para o outro
passasse de viúvo a casado
de engenheiro a escritor
de budista a judeu
de mim a quem nunca fui
- nem serei.
Raul Albuquerque
25/04/2013
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