há alguns meses,
tudo era diferente
não tudo,
mas grande parte das coisas
mudaram
- e ainda é curta a visão
que tenho daqui
para dizer se melhoraram
ou pioraram,
só sei que mudaram.
poucas coisas
possuem o dom
de não precisarem
mudar -
eu não tenho esse dom:
basta olhar um texto meu
e recai sobre mim
"preciso mudar"
o óbvio é confortável,
mas não ser entendido é
apenas o começo
do caminho para
o autoentendimento.
há um tempo,
o tempo tinha outro ritmo
e
tudo parecia passar
como quem passeia
fugindo da própria vida.
hoje
não sei como o tempo
passa, mas
parece que hoje caminha
em linha reta
para um ponto focal
- ou um ponto de fuga.
(não sei bem, só sei
que anda diferente,
só sei que
ando diferente)
parece drama,
mas
sempre me senti de mudança,
sempre arrumando a bagunça,
sempre pondo as coisas no lugar,
sempre procurando algo perdido,
sempre me ajustando,
sempre distante de algo que permaneça
sempre fazendo bem.
quando vou cansar da mudança?
quando pararei de tentar por ordem
na bendita desordem
que existe bem antes de mim?
quando hei de aceitar que
a eterna mudança
é eterna?
quando vou entender que
o objetivo da dança das cadeiras
- que é a vida - não é a perfeição
estática e que
só perde quem insiste
em continuar sentado?
Aos poucos, sentimos
que música toca
e os loucos - ah, felizes os loucos -
dançam
e que ao fim da festa
o bom é ter histórias
para contar.
(a bagunça que ficou?
depois resolvemos isso!)
"mas quando vier o que é perfeito,
o que é em parte,
será aniquilado."
Raul Albuquerque
23/04/2013
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