Deus,
não sei se o que fiz foi certo,
mas sei que o fiz.
Há perdão para este pobre filho teimoso
- e ansioso pelas coisas da vida?
Estou cansado de esperar
o renascer ígneo da ave mítica.
Estou cansado de ver
a imantação natural das almas.
Estou exausto.
Tenho improvisado lágrimas.
Tenho conversado com meus lamentos.
Tenho ouvido a loucura bater à minha porta.
Tenho cantado elegias sem letra.
Deus,
há salvação para esta alma revoltosa
- esta alma condenável e solúvel?
Minhas palavras não me obedecem.
Meus olhos tem se fechado.
Meu sorriso está escondido
- e eu não sei onde.
Já deitei em mares doces
e minhas lágrimas fizeram
com que se salgassem.
Tenho vivido desses mares
- salgados, fluidos e lacrimejados.
Deus, tenho medo,
tenho medo de morrer assim.
Raul Cézar de Albuquerque
28/05/2012
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