Carlos Fuentes, grande nome da literatura mexicana, nascido no Panamá |
Morreu nesta terça-feira (15/05), um dos maiores nomes da literatura latinoamericana - posto ao lado de grandes como Vargas Llosa e García Márquez, com os quais ele manteve laços bem próximos.
Nascido em 11 de novembro de 1928, na Cidade do Panamá, foi diplomata, crítico e romancista. Com seu intenso experimentalismo narrativo, disse uma vez que "a novela perfeita rechaçaria o leitor". Tem um papel ímpar como desenhista da cultura mexicana nos campos político, social, psicológico e até mítico.
Seus romances retratam personagens estagnados pela sociedade - vivem uma morte social. Seu experimentalismo alcança o auge qualitativo em "A morte de Artemio Cruz" (1962), onde uma alucinação no leito de morte é narrada em três vozes, três "eus" que só se unem na hora da morte.
Socialista fiel, Carlos defendia o regime cubano e era feroz crítico do governo americano - o que fica claro no ensaio "Contra Bush" (2004).
Fuentes foi muito digno do Nobel de Literatura, mas - como tantos - não teve tempo de ser homenageado pela Academia Sueca. Vale nota o fato de Vargas Llosa - concorrente continental pela honraria - recebeu o Nobel no ano de 2010. Seria sua chance de ganhar, dado o revesamento de ganhadores entre culturas e continentes, mas assim quis a História - e a Academia Sueca.
É com profundo pesar que dizemos que morreu Carlos Fuentes - ele e seus muitos "eus" perpetuaram-se na literatura, pois, como dizia friamente Flaubert, "a obra importa, o homem não importa."
"O romance indica que estamos nos transformando. Não há solução. Não há última palavra" - Carlos Fuentes
Vargas Llosa, Carlos Fuentes e García Márquez |
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