Desvirtuadores da palavra.
Morfemas ingratos.
Odeio-os
principalmente
quando fazem-me infeliz.
Odeio-os.
Quando fazem
meus sorrisos desaparecerem.
Quando fazem da
vida algo incompreensível.
Quando me tentam
a escrever sobre o indescritível.
Odeio-os.
Odeio os erros recorrentes;
os comentários incoerentes;
os choros incessantes;
os traumas indeléveis;
as falas insondáveis;
os desejos inacessíveis.
Odeio-os.
Uma vez,
eu quisera ser mágico,
poder mudar palavras.
Fazer-me feliz.
Fazer aparecer sorrisos.
Compreender a vida.
Descrever a existência.
Mas,
talvez, eu reincidisse inerrante,
tudo relembrado, tudo intocado,
tudo desacompanhado numa infelicidade.
Ou talvez,
eu incidisse errante,
tudo lembrado, tudo tocado,
tudo acompanhado numa felicidade.
A minha felicidade - longe de qualquer prefixo.
Raul Cézar de Albuquerque
11/05/2012
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