Bem-Vindo ao Estação 018!


Seja bem-vindo ao "Estação 018"! Um blog pouco reticente, mesmo cheio destas reticências que compõem a existência. Que tenta ser poético, literário e revolucionário, mas acaba se rendendo à calmaria de alguns bons versos. Bem-vindo a uma faceta artística do caos... Embarque sem medo e com ânsia: "Estação 018, onde se fala da vida..."

sábado, 29 de junho de 2013

Demência


Minha alma é demente. 
Passa o momento e só depois
ela resgata os sentidos
e o sentido do que se viveu.

Minha alma é demente.
Perde-se na ilusão 
sem fazer alusão ao amor
que existe
e prende-se a telas.

Minha alma é demente.
Olha para trás e vê tudo
e baixa a cabeça sem coragem de
admitir que à frente 
vai o resto que não nasceu.

Minha alma é demente.
Perdeu já tanto tempo.
Perdeu já tanta vida.
Perdeu já tanta alma.

Minha alma é demente.
Que não chora
porque, quando sente
a dor, a ferida já vai cicatrizando,
o inimigo está perdoado,
a arma já nem existe mais.

Minha alma é demente.
E vaga lenta por dúvidas.
Perdoa a demência,
sinal de uma alma cansada
e velha
e cansada de ser velha
e cansada de ser vela
nos constantes funerais sem motivo.

Raul Albuquerque
29/06/2013

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