E era tanta saudade
que eu poderia
deixar os ponteiros do relógio
da sala me traspassarem.
E era tanta saudade
que eu poderia
fazer fogo com as cinzas
dum passado.
E era tanta saudade
que eu poderia
me enterrar nas areias
do tempo.
E era tanta saudade
que eu poderia
me enforcar no fio
das horas.
E era tanta saudade
que o relógio de sol pararia
que a lua permaneceria minguante
que era noite e era dia
que qualquer outra presença seria minorante
que era toda noite esperando dia
que nada era importante....
E era tanta saudade
tanta saudade
que cheguei a acreditar no que dizem
sobre depois de uma longa manhã
e uma tarde causticante
sempre vir a noite
sempre vir à noite
uma espécie de sonho para nos visitar.
Raul Albuquerque
18/06/2013
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