“Apesar do meu parco renome,
Minha Arte, um Dia de Verão –
Teve mecenas –
Na primeira vez – foi uma Rainha
–
E depois – foi uma Borboleta –”
Emily Dickinson |
Ela nasceu em 10 de dezembro de
1830, em Amherst, Massachussets, EUA. E morreu em 15 de maio de 1886, no mesmo
lugar, na mesma casa. Aparentemente,
uma típica mulher estadunidense do século XIX.
Depois da morte de Emily, sua irmã
mais nova, Lavinia, encontrou um tesouro deixado por ela em seu quarto: 1775 poemas. O primeiro volume de
poemas de Dickinson foi publicado em 1891, depois vieram mais dois.
Sobre a vida de Emily, sabe-se
muito pouco. Era uma figura tão reclusa que ficou conhecida nos Estados Unidos
como “a freira de Amherst”. Sabe-se
que tinha um pai muito rigoroso que tratava os filhos com austeridade e
controle, o que influenciou muito a delicada e bucólica poesia de Dickinson. O
excessivo controle do pai sobre Emily acabou tornando-a uma mulher infantil, a partir dos vinte
anos, só usou branco, depois dos trinta, consolidou sua clausura, não saindo de
casa nem para o enterro do próprio pai. Esta casa é hoje um museu em homenagem
a Emily e um local de peregrinação para vários amantes da poesia.
Os versos de Emily Dickinson com
sua linguagem cotidiana indicam que
ela passou por inúmeras fases depressivas.
“Eu perdi tudo por duas vezes,
E as perdas foram ao chão.
Por duas vezes eu fui mendiga
Diante das portas de Deus.”
Com sua pontuação incomum, descreveu sua vontade de liberdade e suas
idealizações do além-casa.
“Há uma Zona cujos plácidos Anos,
Nenhum Solstício interrompe –
Cujo Sol constrói um perpétuo Meio-dia
Cujas perfeitas Estações aguardam –
Cujo Verão em Verões se instala, até
Que Séculos de Junho
E Séculos de Agosto cessem
E a Consciência – É Meio-dia.”
Com seu lirismo introspectivo, ela foi pouco a pouco se mostrando através
de seus versos.
“Doces horas pereceram aqui;
Este é um importante recinto;
Dentro deste lugar esperanças já brincaram, –
Agora só sombras na tumba.”
Até hoje, alguns de seus poemas
permanecem criptografados. Pois,
complexos, abrem possibilidade para várias interpretações.
“Uma Extensão de Prata
Com Cordas de Areia
Para manter esta que está se apagando
A Estrada chamada Terra.”
Sem esquecer o tema central da
Poesia universal, o Amor. A “Freira
de Amherst” não ficou isenta dos batimentos cardíacos levemente acelerados.
“Eu não estaria incomodada – Muralhas –
Fosse o Universo – Uma Rocha –
E distante Eu ouvisse sua prateada Voz
Chamando do outro lado da Pedra –
Eu faria um túnel – até que minha Ranhura
Chegasse de súbito até ele –
Então minha face teria sua Recompensa –
Olhar nos seus Olhos –“
Nota: Versos de Emily Dickinson
traduzidos e adaptados por Raul Cézar de Albuquerque.
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