Bem-Vindo ao Estação 018!


Seja bem-vindo ao "Estação 018"! Um blog pouco reticente, mesmo cheio destas reticências que compõem a existência. Que tenta ser poético, literário e revolucionário, mas acaba se rendendo à calmaria de alguns bons versos. Bem-vindo a uma faceta artística do caos... Embarque sem medo e com ânsia: "Estação 018, onde se fala da vida..."

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

O último poema (de Manuel Bandeira)



O pernambucano Manuel Bandeira iniciou sua produção literária nos moldes parnasianos, mas libertou-se e surgiu com destaque inquestionável no cenário modernista. Tuberculoso, passou sua vida sendo ameaçado pela morte e esse ininterrupto sentimento de fim marcou fortemente sua poesia. Cheio de um lirismo ansiante - beirando o nostálgico -, ele destaca o seu ideal, seu último poema...


Assim eu quereria meu último poema
Que fosse terno dizendo as coisas mais simples e menos intencionais
Que fosse ardente como um soluço sem lágrimas
Que tivesse a beleza das flores quase sem perfume
A pureza da chama em que se consomem os diamantes mais límpidos
A paixão dos suicidas que se matam sem explicação.

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