Bem-Vindo ao Estação 018!


Seja bem-vindo ao "Estação 018"! Um blog pouco reticente, mesmo cheio destas reticências que compõem a existência. Que tenta ser poético, literário e revolucionário, mas acaba se rendendo à calmaria de alguns bons versos. Bem-vindo a uma faceta artística do caos... Embarque sem medo e com ânsia: "Estação 018, onde se fala da vida..."

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Da infalibilidade


Ó imaculada máquina,
admiro teu tom prateado
que existe para ser corroído,
mas que manténs com 
firmeza.

Invejo o modo rotineiro
e compassado com que 
fazes teu dever.

Quando vejo teu ar marcado,
tua pressão controlada
e tua ação infalível,
penso ser possível
o melhor de mim.

Mas, rainha de cobre e ferro,
eu tenho em mim a semente 
da falha, do erro, do além 
e do aquém.

A felicidade, pois, é prova
de que não há como correr
- em vão - atrás da infalibilidade
e sentir-se pleno. 
Por vezes, culpo o onde ou o quando
por minhas dissonâncias...
é vão, a falha nasce e vem,
é parte nossa.

Mãe e mão. Voo e vaia.
Teu arfar produtivo me
encanta, mas não é 
para mim.
Nasci assim.
Surgi para a falha.
Nasci para a morte
- aí está minha falha: acabo,
findo, morro, sem ter posto
tudo em prática sem ter a 
plenitude em mim.

Raul Cézar de Albuquerque
13/09/2012

Nenhum comentário:

Postar um comentário