E a vida faz-se nova
- como um plano secreto,
como página alva,
como madrugada esperando para ser manhã,
como corpo virgem,
como sorriso velado.
Faz-se - assustadoramente - nova.
II
E a vida faz-se crescente
- como plano projetado,
como página rabiscada,
como manhã emerge dos montes (ou do mar),
como corpo tocado,
como sorriso tímido e emergente.
Faz-se - sutilmente - crescente.
III
E a vida faz-se cheia
- como plano executado,
como página lotada de letras e números e almas,
como meio-dia em que o Sol desce à terra,
como corpo em frenesi e repleto de t(r)emores,
como gargalhada incontrolável.
Faz-se - completamente - cheia.
IV
E a vida faz-se minguante
- como plano falido,
como página arremessada ao lixo,
como tarde que cai e vira noite,
como corpo cansado e sonolento,
como sorriso amarelo e arrependido.
Faz-se - finalmente? - minguante.
V
E a vida faz-se nova.
Novamente nova.
Nova de novo.
Toda nova.
Nova para ser velha.
Nova para ser gasta.
Nova...
Raul Cézar de Albuquerque
30/01/2013
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