Bem-Vindo ao Estação 018!


Seja bem-vindo ao "Estação 018"! Um blog pouco reticente, mesmo cheio destas reticências que compõem a existência. Que tenta ser poético, literário e revolucionário, mas acaba se rendendo à calmaria de alguns bons versos. Bem-vindo a uma faceta artística do caos... Embarque sem medo e com ânsia: "Estação 018, onde se fala da vida..."

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Sem volta


Todos darão conta do que
fizeram com seu tempo.
Alguns podem argumentar:
"foi o que deu para fazer".

Importante é saber que 
a vida é linear e nada volta.
Ainda que você corra em círculos 
e dê muitas voltas, nada volta.

Segundo passado:
segundo perdido.

Na esfera do tempo,
tudo que não é presente é castigo.
É a culpa que contempla o passado.
É o medo que vislumbra o futuro.

Mas o tempo não para,
não perdoa.

Sabe-se de um dia em
que - em momento de exceção -
Sol e Lua foram detidos,
ainda assim, não houve volta,
houve pausa. Pois nada volta.

Dessa crueldade convencionada
entre os relógios surgem aquelas vontades
irrealizáveis.

Pedir perdão,
mas passou o tempo.
Aproveitar a infância,
mas passou o tempo.
Rir inocentemente,
mas passou o tempo.
Dormir sobre a grama,
mas passou o tempo,
e chegou o inverno,
e estás em deserto...
e tudo é frio e fome e 
saudades do que não volta.

Olha-se para o horizonte
atrás de respostas
e o vento corre sem tempo
para parar como se quisesse dizer:
"não tens tempo para parar, 
segue teu caminho, peregrino,
pois ainda não chegou teu fim!"

Raul Cézar de Albuquerque
18/12/2012
- dedicado a Andrew Pacífico

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