Todos darão conta do que
fizeram com seu tempo.
Alguns podem argumentar:
"foi o que deu para fazer".
Importante é saber que
a vida é linear e nada volta.
Ainda que você corra em círculos
e dê muitas voltas, nada volta.
Segundo passado:
segundo perdido.
Na esfera do tempo,
tudo que não é presente é castigo.
É a culpa que contempla o passado.
É o medo que vislumbra o futuro.
Mas o tempo não para,
não perdoa.
Sabe-se de um dia em
que - em momento de exceção -
Sol e Lua foram detidos,
ainda assim, não houve volta,
houve pausa. Pois nada volta.
Dessa crueldade convencionada
entre os relógios surgem aquelas vontades
irrealizáveis.
Pedir perdão,
mas passou o tempo.
Aproveitar a infância,
mas passou o tempo.
Rir inocentemente,
mas passou o tempo.
Dormir sobre a grama,
mas passou o tempo,
e chegou o inverno,
e estás em deserto...
e tudo é frio e fome e
saudades do que não volta.
Olha-se para o horizonte
atrás de respostas
e o vento corre sem tempo
para parar como se quisesse dizer:
"não tens tempo para parar,
segue teu caminho, peregrino,
pois ainda não chegou teu fim!"
Raul Cézar de Albuquerque
18/12/2012
- dedicado a Andrew Pacífico
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