W. H. Auden |
Wystan Hugh Auden é um dos maiores nomes da poesia inglesa no século XX. Começou a escrever poemas ainda na escola, desde então destacou-se com um estilo que se põe entre o sério e o brincalhão. Iniciou-se na escrita com poemas ferozes de forte carga anárquica e com precoce comprometimento político. Mas, aos poucos, adentrou numa poesia moral de visão cristã. Nasceu na Inglaterra, mudou-se para os Estados Unidos e morreu na Áustria. O poema que se segue é de sua fase intermediária e possui um tom poético de perda que assusta e enleia o leitor.
Parem todos os relógios, desliguem o telefone,
Não deixem o cão ladrar aos
ossos suculentos,
Silenciem os pianos e
abafem o tambor
Tragam o caixão, deixem
passar a dor.
Que os aviões voem sobre
nós lamentando,
Escrevinhando no céu a
mensagem: Ele Está Morto,
Ponham laços de crepe nos
pescoços das pombas da região,
Que os polícias de trânsito
usem luvas pretas de algodão.
Ele era o meu Norte, o meu
Sul, o meu Leste e Oeste,
A minha semana de trabalho,
o meu descanso de domingo,
A minha tarde, a minha
meia-noite, a minha conversa, a minha canção;
Pensei que o amor ia durar
para sempre: “eu estava errado”.
Agora as estrelas não são
necessárias: apaguem-nas todas;
Empacotem a lua e desmontem
o sol;
Despejem o oceano e varram
a floresta;
Pois agora nada mais de bom
nos resta.
*Tradução aproximada de autor desconhecido. (poema original e outras traduções)
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