No início,
não imaginamos o fim
- nunca.
Geralmente somos tomados
por um senso infantil de infinitude
e o que nos faz feliz
não terá fim e seremos felizes
para sempre. "Enganoso é o coração
[...] quem o conhecerá?"
Parece cruel - e é -
mas a maioria das coisas
tem prazo de validade
(incluindo algumas felicidades).
O engraçado e irônico da existência
é saber que as eternidades são
construídas a cada adiamento da tristeza:
"Por favor, hoje não."
Jogos ilógicos.
Somos meros peões num tabuleiro
em que só jogam os que levam
a eternidade dentro de si.
Sedentos por felicidade,
essa matéria palpável, fixa e controlável,
unimos nossas mãos.
Sedentos por felicidade,
essa matéria amorfa, volátil e inflamável,
soltamos nossas mãos.
Sem saber se a cena irá repetir-se.
Peço que me despeças em paz
e que não me deixes ser
apenas mais um pedaço despedaçado
de um passado feliz.
Raul Cézar de Albuquerque
25/11/2012
Nenhum comentário:
Postar um comentário