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O preconceito vivo para uma língua vivíssima |
Passeando por uma livraria, eu tive o desprazer de
encontrar o livro "Pequeno Dicionário Brasileiro da Língua Morta".
Pensei que era algo de cunho humorístico-jornalístico considerando as variações
históricas da língua portuguesa no Brasil.
Quando comecei a ler o livro, o
"jornalista" Alberto Villas obteve todo o meu desprezo: nele estão
palavras ainda vivas como "aperreado", "abestado",
"almofadinha", etc.
Podemos considerar dois casos:
1. Preconceito: Como "jornalista", o
senhor Villas deve saber que ao menos metade das palavras dadas como mortas em
seu livro estão ainda vivas em quase todo o Nordeste e Norte do País. Dá-las
como mortas por não serem usadas no Centro-Sul do Brasil é fruto do mais puro e
imbecil preconceito (certamente ainda existente nessa amálgama cultural que é o
Brasil).
2. Desleixo: Como escritor, o autor do livro viu a
necessidade de "enchê-lo" e, ao ver o pequeno material conseguido de
palavras realmente mortas, decidiu inserir na "obra" as palavras que
estão mortas na pequena cabeça de seus leitores.
De qualquer maneira, é um desrespeito aos
nordestinos, como eu, colocar nossa língua - belamente portuguesa - como morta.
Morto deveria estar seu preconceito.
Faço questão de colocar aqui um trecho do Manifesto
Regionalista de 1926, escrito pelo antropólogo pernambucano Gilberto Freyre: "A
verdade é que não há região no Brasil que exceda o Nordeste em riqueza de
tradições ilustres e em nitidez de caráter."
É inevitável sentir um ódio intelectual do senhor
Alberto Villas.
Eu fiquei muito APERREADO por ver que ainda tem
muito ABESTADO, muito ALMOFADINHA achando que o Nordeste é um lugar morto com
uma língua morta.
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