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sexta-feira, 15 de junho de 2012

Preconceito ou Desleixo numa língua viva

O preconceito vivo para uma língua vivíssima


Passeando por uma livraria, eu tive o desprazer de encontrar o livro "Pequeno Dicionário Brasileiro da Língua Morta". Pensei que era algo de cunho humorístico-jornalístico considerando as variações históricas da língua portuguesa no Brasil.
Quando comecei a ler o livro, o "jornalista" Alberto Villas obteve todo o meu desprezo: nele estão palavras ainda vivas como "aperreado", "abestado", "almofadinha", etc.

Podemos considerar dois casos:

1. Preconceito: Como "jornalista", o senhor Villas deve saber que ao menos metade das palavras dadas como mortas em seu livro estão ainda vivas em quase todo o Nordeste e Norte do País. Dá-las como mortas por não serem usadas no Centro-Sul do Brasil é fruto do mais puro e imbecil preconceito (certamente ainda existente nessa amálgama cultural que é o Brasil).

2. Desleixo: Como escritor, o autor do livro viu a necessidade de "enchê-lo" e, ao ver o pequeno material conseguido de palavras realmente mortas, decidiu inserir na "obra" as palavras que estão mortas na pequena cabeça de seus leitores. 

De qualquer maneira, é um desrespeito aos nordestinos, como eu, colocar nossa língua - belamente portuguesa - como morta. Morto deveria estar seu preconceito. 
Faço questão de colocar aqui um trecho do Manifesto Regionalista de 1926, escrito pelo antropólogo pernambucano Gilberto Freyre: "A verdade é que não há região no Brasil que exceda o Nordeste em riqueza de tradições ilustres e em nitidez de caráter."

É inevitável sentir um ódio intelectual do senhor Alberto Villas. 
Eu fiquei muito APERREADO por ver que ainda tem muito ABESTADO, muito ALMOFADINHA achando que o Nordeste é um lugar morto com uma língua morta.

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