Bem-Vindo ao Estação 018!


Seja bem-vindo ao "Estação 018"! Um blog pouco reticente, mesmo cheio destas reticências que compõem a existência. Que tenta ser poético, literário e revolucionário, mas acaba se rendendo à calmaria de alguns bons versos. Bem-vindo a uma faceta artística do caos... Embarque sem medo e com ânsia: "Estação 018, onde se fala da vida..."

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Vida Seca...


Gostei deste poema, há algo nele de muito próprio, muito MEU. Esta questão de que as qualidades nem sempre são totalmente benéficas. Às vezes, só as virtudes não conseguem preencher toda uma vida... Então, nasce uma Vida Seca...

Aqui dentro, sinto uma estranha sequidão.
Percebo que a auto-suficiência era ilusória.
Talvez toda esta minha frieza e precisão,
Só pioraram a minha inexpressiva história.
Todos estes conceitos me aniquilarão:
Triste fim, minhas armas tirando-me a vitória.

Meus imensos poços de controle e erudição
Já não servem. Pois minha seca é de vida.
Minha seca é de qualquer pura emoção.
Minha vida está seca de alegria dividida.
Enquanto isso, meus conceitos permanecerão.
Meus preconceitos também. E a minha ferida.

Nestas tentativas de entender, não vivi.
Com a opção de viver, decidi entender.
Agora entendo que não vivi, nem vi.
Entendo que a vida tentou me entreter.
Mas entendo que eu estou morto por aí.
Morri de tentar entender o que é viver.

Agora, inexistente, posso dizer com verdade
Que a vida não pode nem deve ser entendida.
Apesar do clichê, não abro mão da veracidade:
A vida foi feita simplesmente pra ser vivida.
Independente do desejo e da aparente necessidade,
Apenas viva a chegada, a jornada e a despedida.

Raul Cézar de Albuquerque
24/12/2011

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