Gostei deste poema, há algo nele de muito próprio, muito MEU. Esta questão de que as qualidades nem sempre são totalmente benéficas. Às vezes, só as virtudes não conseguem preencher toda uma vida... Então, nasce uma Vida Seca...
Aqui dentro, sinto uma
estranha sequidão.
Percebo que a
auto-suficiência era ilusória.
Talvez toda esta minha
frieza e precisão,
Só pioraram a minha
inexpressiva história.
Todos estes conceitos
me aniquilarão:
Triste fim, minhas
armas tirando-me a vitória.
Meus imensos poços de
controle e erudição
Já não servem. Pois
minha seca é de vida.
Minha seca é de
qualquer pura emoção.
Minha vida está seca
de alegria dividida.
Enquanto isso, meus
conceitos permanecerão.
Meus preconceitos
também. E a minha ferida.
Nestas tentativas de
entender, não vivi.
Com a opção de viver,
decidi entender.
Agora entendo que não
vivi, nem vi.
Entendo que a vida
tentou me entreter.
Mas entendo que eu
estou morto por aí.
Morri de tentar
entender o que é viver.
Agora, inexistente,
posso dizer com verdade
Que a vida não pode
nem deve ser entendida.
Apesar do clichê, não
abro mão da veracidade:
A vida foi feita
simplesmente pra ser vivida.
Independente do desejo
e da aparente necessidade,
Apenas viva a chegada,
a jornada e a despedida.
Raul
Cézar de Albuquerque
24/12/2011
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