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Seja bem-vindo ao "Estação 018"! Um blog pouco reticente, mesmo cheio destas reticências que compõem a existência. Que tenta ser poético, literário e revolucionário, mas acaba se rendendo à calmaria de alguns bons versos. Bem-vindo a uma faceta artística do caos... Embarque sem medo e com ânsia: "Estação 018, onde se fala da vida..."

quinta-feira, 10 de março de 2011

Nuremberg...

Ao fim da Segunda Guerra Mundial, ficou um vazio com relação à punição dada aos malfeitores da guerra, os alemães. O então primeiro-ministro inglês, Winston Churchill, queria que os líderes políticos e militares alemães fossem linchados, sem direito a julgamento, pois não havia nenhuma legislação supranacional, o que daria início a uma disputa política explícita no julgamento dos alemães. Mas o então presidente dos Estados Unidos da América, Franklin Roosevelt, que tinha acatado a ideia do governo inglês foi influenciado pela sua estrutura governamental a não mais aceitá-la. Os soviéticos insistiram num julgamento baseado em leis universais (que não existiam até então). Até que os ingleses aceitaram – relutantemente – a criação de um Tribunal Militar Internacional para julgar líderes alemães.


Mas onde? Teria que ser um território neutro! A Inglaterra indicou Munique, a URSS indicou Berlim, mas os reis do mundo (EUA) indicaram Nuremberg e ninguém foi louco de não aceitar – aconteceu lá.

Hitler, Goebbles e Himmler – as três maiores imagens do Terceiro Reich – já tinham dado seu próprio fim – haviam se suicidado –, então o julgamento seria de enfeite, só para dar exemplo e mostrar que os estadunidenses estavam com tudo! Por isso os acusados eram assessores e diretores políticos, militares ou econômicos que auxiliaram Hitler na pintura do quadro mais revoltante da Segunda Guerra Mundial. O único de verdadeira relevância no julgamento foi Hermann Goering que foi descrito por promotores americanos como “um dos piores criminosos do mundo” e o mais complicado foi Rudolph Rees, pois ele tinha tido amnésia e sofria perturbações psicológicas.

O Julgamento começou no dia 20 de novembro de 1945 no Palácio da Justiça de Nuremberg com seus vinte e um acusados. Como não havia constituição universal, os EUA usaram diretamente as suas leis e indiretamente a Bíblia como base para o julgamento, o que pode ser provado pelo uso da expressão do juiz da Suprema Corte, Robert Jackson, “foram crimes como os de Caim”. Vejamos quem foram eles, o que fizeram e o resultado de seus julgamentos:

Baldur Von Schirach – Líder da juventude hitlerista – foi condenado a 20 anos de prisão.
Alfred Jodl – Chefe de operações do alto comando – foi enforcado em 1946, foi perdoado postumamente em 1953.
Franz Von Papen – Ex-chanceler de Hitler – foi absolvido em Nuremberg e ainda tentou voltar para a política.
Arthur Seyss-Inquart – Governador do Reich na Holanda – foi enforcado.
Albert Speer – Ministro de Armamento de Hitler – foi condenado a 20 anos de prisão em Spandau.
Constantin Von Neurath – Ministro do Exterior de Hitler – foi condenado a 15 anos de prisão, mas só cumpriu treze, por causa de problemas cardíacos.
Hans Fritzsche – Chefe de Comunicação de Goebbles – foi absolvido em Nuremberg, mas foi condenado num outro julgamento do governo alemão.
Hermann Goering – Chefe da Força Aérea e possível sucessor de Hitler – foi condenado à morte, mas suicidou-se antes.
Rudolph Rees – Vice-líder do partido nazista – foi condenado à prisão perpétua em Spandau, onde se suicidou com um fio elétrico.
Joachim Von Ribbentrop – Ministro do Exterior – Foi enforcado.
Wihelm Keitel – Chefe das Forças Armadas do Estado Maior – foi enforcado.
Ernst Kaltenbrunner – Chefe de Segurança e da Gestapo – foi enforcado.
Alfred Rosenberg – Teórico nazista e Ministro de Territórios Ocupados – foi enforcado.
Hans Frank – Governador do território ocupado na Polônia – demonstrou conversão ao cristianismo, mas foi enforcado.
Wihelm Frick – Ministro do Interior – foi enforcado.
Julius Streicher – Editor do Jornal “Der Stuermer”, jornal que defendeu e incentivou o extermínio dos judeus – foi enforcado.
Walther Funk – Ministro da Economia e Diretor do Banco Central – foi condenado à prisão perpétua, mas foi solto 30 anos antes de morrer por razões médicas.
Hjalmar Schacht – Ministro da Economia e Diretor do Banco Central, antes de Funk – foi absolvido em Nuremberg, mas foi condenado a 8 anos de prisão em outro julgamento.
Fritz Saukel – Diretor de Trabalhos Forçados do Reich – foi enforcado.
Erich Raeder – Comandante-em-chefe da Marinha – foi condenado à prisão perpétua, mas foi solto 5 anos antes de morrer.
Karl Doenitz – Comandante da Armada de Submarinos, Sucessor de Hitler por breve período – foi condenado a 10 anos de prisão, cumpriu-os com devoção e morreu sem se arrepender nem deixar a filosofia do Reich.

O caso de Nuremberg foi o primeiro e o último, não por falta de necessidade, mas por falta de coragem de fazê-lo novamente, a Guerra do Iraque, as guerras civis na África, etc. são dignas da mesma atenção que o genocídio feito pelos alemães. Mas o julgamento de Nuremberg não foi perfeito... Por que só os derrotados foram julgados? Os judeus mortos pelos alemães eram mais importantes que os japoneses mortos pelos EUA? Ainda temos muito a aprender e melhorar.

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