nossos corpos
sempre vizinhos
não se conheciam
mas veio o tempo
e nos deixou
extasiados numa tarde
sim
extasiados
os teus lábios
me roubaram o ar
a compostura
a timidez
e me roubou de mim
os teus braços
mais que abraçaram
tentaram unir nossos corpos
as tuas mãos
abriram minha camisa
e tentaram nos fazer
uma só carne
a tua língua
as tuas pernas
colaram-se as minhas pernas
se eu precisava de ar
eu precisava mais de ti
da tua mão tentando rasgar minha pele
sob a regata branca
vi da terra dura dos teus seios
brotarem as sementes
antes dormentes
sob o jeans
eu te erigi um monumento
a tua voz me fez erguê-lo
o fiz para que o vejas
para que o beijes
para que o guardes com teu corpo
ah
das terras que manam leite
eu beberei
até que nada mais haja
ah
nos jardins
dos quais corre mel
eu entrarei
e dançarei
por noites e tardes
eternas
eu entrarei
e dançaremos
Raul Albuquerque
24/08/2013
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