Bem-Vindo ao Estação 018!


Seja bem-vindo ao "Estação 018"! Um blog pouco reticente, mesmo cheio destas reticências que compõem a existência. Que tenta ser poético, literário e revolucionário, mas acaba se rendendo à calmaria de alguns bons versos. Bem-vindo a uma faceta artística do caos... Embarque sem medo e com ânsia: "Estação 018, onde se fala da vida..."

sábado, 24 de agosto de 2013

tributos

nossos corpos
sempre vizinhos
não se conheciam

mas veio o tempo
e nos deixou 
extasiados numa tarde

sim
extasiados
os teus lábios
me roubaram o ar
a compostura
a timidez

e me roubou de mim

os teus braços
mais que abraçaram
tentaram unir nossos corpos

as tuas mãos 
abriram minha camisa
e tentaram nos fazer 
uma só carne

a tua língua

as tuas pernas
colaram-se as minhas pernas

se eu precisava de ar
eu precisava mais de ti
da tua mão tentando rasgar minha pele

sob a regata branca
vi da terra dura dos teus seios
brotarem as sementes
antes dormentes

sob o jeans
eu te erigi um monumento
a tua voz me fez erguê-lo
o fiz para que o vejas
para que o beijes
para que o guardes com teu corpo

ah
das terras que manam leite
eu beberei
até que nada mais haja

ah 
nos jardins 
dos quais corre mel
eu entrarei 
e dançarei 
por noites e tardes
eternas

eu entrarei
e dançaremos

Raul Albuquerque
24/08/2013

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