Liberdade guiando o povo |
Tinha havido a Revolução Francesa, a vida em sociedade não era a mesma, a política não era a mesma, o povo não era mais o mesmo, a arte não poderia continuar sendo a mesma... O Romantismo nasceu nesse contexto de revolta, alegria e desequilibrio... muito desequilíbrio, os artistas românticos queriam mostrar todo o potencial do ser humano sem barreiras nem limites, essa pintura (Liberdade guiando o povo, Eugene Delacroix, 1818) é o simbolo-mor da Revolução Francesa que representa a liberdade como uma mulher de seios fartos que alimentaria todas as sociedades que se devotassem a ela.
Goethe |
O movimento romântico teve seu pontapé inicial oficial com a publicação de "O sofrimento do jovem Werthe" do alemão genial Goethe que pôs fogo no coração dos jovens alemães de modo que os que liam o livro se suicidavam ao ler o seu final, quando Werthe declara-se para a sua amada e eles se amam loucamente, então ele chama-a para fugir com ele, ela nega e ele se mata. Na verdade, Goethe inaugurou o casamento por amor na literatura, que na vida real era só para justificar o casamento entre um nobre e um burguês (a burguesia tinha dinheiro, mas queria ter poder reconhecido através de um título de nobreza).
Na pintura, o romantismo revelou pragmátigo e abstrato, mas, acima de tudo, política. Jaques-Louis David foi o pintor que cntou a história da Revolução com suas pinturas que culminaram no trágico "Marat Assassinado" que retrata o teórico político Marat morto, enquanto tomava banho no calor do verão parisiense, mas, antes da morte de Marat, David já tinha pintado as reuniões dos revolucionários e feito retratos de grandes pessoas da época como o histórico de Lavoisier. David incomodou muito, a maioria de suas pinturas foi queimada ou escondida para nunca mais serem vistas como "A morte de Lepeletier" que foi comprado pela filha do retratado e destruído.
A força dos traços de Turner no quadro "Tempestade, vapor e água" revelam a beleza e a descoordenação do conceito romântico do belo. A despreocupação com a reação do espectador e a liberdade de criação foram as forças que motivaram a liberdade de expressão dos artistas como José de Alencar ou Gonçalves Dias que escreveu estes versos no seu poema "Se se morre de amor" :
Se se morre de amor! – Não, não se morre,
Quando é fascinação que nos surpreende
De ruidoso sarau entre os festejos;
Quando luzes, calor, orquestra e flores
Assomos de prazer nos raiam n’alma,
Que embelezada e solta em tal ambiente
No que ouve e no que vê prazer alcança!
Nenhum comentário:
Postar um comentário