Bem-Vindo ao Estação 018!


Seja bem-vindo ao "Estação 018"! Um blog pouco reticente, mesmo cheio destas reticências que compõem a existência. Que tenta ser poético, literário e revolucionário, mas acaba se rendendo à calmaria de alguns bons versos. Bem-vindo a uma faceta artística do caos... Embarque sem medo e com ânsia: "Estação 018, onde se fala da vida..."

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Metáforas bem reais...

Ás vezes, nós usamos expressões cuja procedência nos é desconhecida... Expressões tão batidas que nós nem percebemos que são sutis metáforas. Muitas delas vêm desde o latim ou do português galego (ou galaico)...

O maior exemplo é a relação tempo-espaço, pois o espaço parece ser algo bem mais palpável que o tempo... Por isso dizemos “daqui a uma hora” ou “dentro de cinco minutos”, ou seja, falamos do tempo como uma estrada em que o espaço percorrido é o passado, o espaço por vir é o futuro e estamos caminhando no presente. A própria palavra “intervalo” é uma metáfora espaço-temporal, pois, em latim, vallum quer dizer estaca e intervalo quer dizer entre estacas... O contrário também ocorre quando dizemos “depois da esquina” ou “durante da rua”, chegando a uma isotopia entre “depois” e “além” ou entre “durante” e “em”.

As fontes de um jornalista são uma analogia às nascentes dos rios. Promover um evento é – literalmente – pô-lo para frente (pro: adiante). Quando alguém “sobe na vida” ou é um “alpinista social” faz-se uma na analogia à pirâmide da sociedade. A expressão estar “sob controle” ou “por cima” vem da ideia de que quem domina está em cima e o dominado está embaixo. “Centralizar poder” vem da ideia de que quem tem poder está no centro das decisões e das atenções. Desenvolver um texto ou um argumento é literalmente desenrolar (desarollar em espanhol), fazendo menção ao desenrolar de um rolo de pergaminho. Lavrar um documento tem direta ligação com a lavra da terra, por causa das tábuas de argila usadas na Antiguidade. Texto é concretamente tecido, produzido linha a linha como numa manufatura. Enredo é o que liga (enreda) os personagens como uma rede. Descobrir é tirar o que cobria um conhecimento de algo desconhecido. Revelar é retirar o véu do que estava oculto. Esclarecer é tornar claro qualquer fato obscuro. Expressar sentimento é realmente empurrá-lo para fora (ex: para fora; pressare: pressionar, empurrar). “Abrir a cabeça”, “Cabeça vazia” ou “Tirar da cabeça” faz referência ao latim em que testa quer dizer pote ou ao alemão em que Kopf (cabeça) quer dizer copo.

Estes são meros exemplos, eles estão por aí e estendem-se (como um elástico!) infinitamente...

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