Bem-Vindo ao Estação 018!


Seja bem-vindo ao "Estação 018"! Um blog pouco reticente, mesmo cheio destas reticências que compõem a existência. Que tenta ser poético, literário e revolucionário, mas acaba se rendendo à calmaria de alguns bons versos. Bem-vindo a uma faceta artística do caos... Embarque sem medo e com ânsia: "Estação 018, onde se fala da vida..."

sábado, 16 de março de 2013

Tanto tempo


E depois de tanto tempo
olhando para fora,
percebi agora
que o céu estava nublado,
que o céu estava fechado,
que a chuva nunca caía
e que o sol nunca saía,
mas eu esperava
um milagre.
que milagre?
um milagre.

E depois de tanto tempo
esperando na janela,
esperando por ela,
varando a noite fria
e na madrugada eu já ria
de mim,
pela manhã vazia
eu já desistia 
de dar-lhe meu sim.
meu sim.
que sim?
meu sim.

E depois de tanto tempo
de pé,
a hora é 
de reconhecer a desistência
pois o sol foi-se sem clemência
e a lua sobe sem graça
certa de que tudo passa
e a vida flui
para onde não fui
nem irei
nem sou rei
nem sou plebe
não se percebe
que sou o que fluiu
para fora do que ruiu
para fora da muralha
que encerra a fornalha
do tempo.
que tempo?
do meu tempo.

Raul Cézar de Albuquerque
15-16/03/2013

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