Aprendi cedo a poesia com Moraes
e vi que nos sonetos cabem vidas,
há espaços para alegrias sofridas
e para os cotidianos mais imorais.
Não há necessidade de rimar,
mas há de ser o texto a boa forma
forjada em porões d'alma sem norma
que saiba diferenciar poça e mar.
A poça vem de qualquer chuva
e com qualquer sol evapora já,
mas o mar, além da forma-luva,
sabe que traz em si eco de rios
e, para além de um medo sombrio,
sabe que é o ser-rio que o faz ser mar.
Raul Albuquerque
17/05/2014
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