desaprendi a minha casa
onde coubera tudo já nada cabe
destendi dores pré-históricas
e atravessei noites homéricas
em busca da terra em que
os sonhos se desmancham
em ondas de realidade
num mar longo e pacífico
mas nada encontrei
só o oceano insatisfeito
e terremotos no oriente
voltei para casa e já nada cabia
perderam-se as medidas
e os móveis apertaram-se
com as portas ficando menores
e eu mal pude entrar
só pus a cabeça na entrada
e vi que já nada me cabia
hoje trago malas
e uma vontade eterna
de construir um lar
em que caibam
as lembranças [o futuro [o meu nome [e amor por capricho]]]
Raul Cézar de Albuquerque
08/05/2014
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