Há quantos meses não te escrevo, moça...
É o meu tentar falho e feio
de retribuir-te o abandono.
É o meu falhar feio
em tentar te trazer
para os meus dias,
mas eles são apertados
e tu nem cabes,
mas deverias caber.
Eu amo os dias em que tu cabes,
mesmo que só caiba a tua voz, menina.
E, quando tu não cabes
naquele quadrado infame do calendário,
tudo fica vazio,
mesmo que o quadrado esteja
cheio de suas vinte e quatro gotas
de falta de tempo.
Mas tu não constas
e a lua desce triste.
Se me abandonas,
eu me morro um pouco,
mas não é culpa tua,
menina,
nunca será culpa tua,
nunca.
A culpa é minha.
Pois sou eu que te escrevo estes versos,
depois de ouvir um poema triste.
E por que a culpa é minha,
eu te peço perdão por escrever-te
de novo.
Mas é que
minha poesia fica mais
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quando tu cabes nela.
Raul Albuquerque
01/12/2013
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