No caso, a fotografia falha
em revelar a geografia
do teu rosto,
pois tudo parece posto,
mas teus olhos dançam
sem melodia.
No caso, os dias marcam
os compassos e as notas
saem limpas,
pois dias são pesados,
mas tua voz é leve e leva
meu meio dia.
No caso, o não revelado
e coberto pelo cabelo,
que na foto não sai,
fica como o tempo
que não passa,
o sorriso que não
perde a graça.
No caso, não há lei,
há um direito subjetivo,
solto como os teus cabelos,
de ouvir-te vez ou outra
falar sobre o que
não entendo
e ouvir-te só
e ler-te só
é ouvir e ler o que ecoa
nas curvas da Eternidade.
Raul Albuquerque
27/12/2013
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