Secou o rio
no verão da existência.
O calor morto
escurece os cimos.
Das alturas,
a chuva repensa sua tarefa
e não cai.
E não chove.
Enfim,
secou o rio.
Dos verdes milagres,
resta o gris.
Enfim,
secou o rio.
Em se transpor,
perdeu-se
o rio.
O que restou
não passa de efêmero
vapor.
Do caudaloso rio,
restou um fio,
um fio d'água,
tímido,
mas esperançoso.
Um fio da linha do tempo,
há tempos, interminável,
hoje linha frágil,
vida pequena.
Mas se a chuva
voltar a ser chuva,
o rio voltará
e
o que foi linha do tempo
será abundância.
Raul Albuquerque
25/09/2013
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