Bem-Vindo ao Estação 018!


Seja bem-vindo ao "Estação 018"! Um blog pouco reticente, mesmo cheio destas reticências que compõem a existência. Que tenta ser poético, literário e revolucionário, mas acaba se rendendo à calmaria de alguns bons versos. Bem-vindo a uma faceta artística do caos... Embarque sem medo e com ânsia: "Estação 018, onde se fala da vida..."

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Restos


Restos de um espelho mudo
têm pouco - ou nada - a mostrar.
Os que, um dia, refletiam tudo
ficam opacos e param de brilhar.

Vitrais quebrados resultam em nada
e geram cortes - superficiais ou profundos.
Sei disso, mas sigo jogando pedras da sacada
para que elas acabem unindo estes mundos
- o meu, o teu e o arruinado pela granada,
a granada da certeza que mora no poço sem fundo.

Grãos de militância vã
dissolvem-se na realidade
- e no prazer da manhã
que exibe beleza sem vaidade.

Cacos de sono espalham-se
num chão de cobranças e delírios,
enquanto os ventos calam-se
na noite sem cores nem colírios.

Cansados de esperar o sono vir,
garotos gritam seus desejos,
ousam usar seus sonhos para cair,
cair de uma vez em seus lampejos.

Homens gritam as suas vergonhas
e declamam suas rimas incompletas.
Eles sonham com o que tu sonhas
Deixe. Deixe-os, eles são poetas.

Raul Cézar de Albuquerque
16/07/2012

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