Bem-Vindo ao Estação 018!


Seja bem-vindo ao "Estação 018"! Um blog pouco reticente, mesmo cheio destas reticências que compõem a existência. Que tenta ser poético, literário e revolucionário, mas acaba se rendendo à calmaria de alguns bons versos. Bem-vindo a uma faceta artística do caos... Embarque sem medo e com ânsia: "Estação 018, onde se fala da vida..."

sexta-feira, 6 de julho de 2012

"De longe te hei-de amar" (de Cecília Meireles)



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Entre a musicalidade simbolista e a liberdade modernista, Cecília Meireles surge com sua marca poética na segunda geração do Modernismo Brasileiro. Sua (aparente) simplicidade encanta qualquer que lê seus textos. Entre o tratado filosófico e a carta de amor, Cecília encontra seu lugar confortável para escrever. Os termos por vezes rebuscados contrastam com a beleza do simples e do comum. Quase inclassificável, ela conseguiu ser puramente poetisa longe de escolas e de tendências... De longe te hei-de amar:



De longe te hei-de amar 
- da tranquila distância 
em que o amor é saudade 
e o desejo, constância. 

Do divino lugar 
onde o bem da existência 
é ser eternidade 
e parecer ausência. 

Quem precisa explicar 
o momento e a fragrância 
da Rosa, que persuade 
sem nenhuma arrogância? 

E, no fundo do mar, 
a Estrela, sem violência, 
cumpre a sua verdade, 
alheia à transparência. 

Cecília Meireles, em 'Canções'

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