Bem-Vindo ao Estação 018!


Seja bem-vindo ao "Estação 018"! Um blog pouco reticente, mesmo cheio destas reticências que compõem a existência. Que tenta ser poético, literário e revolucionário, mas acaba se rendendo à calmaria de alguns bons versos. Bem-vindo a uma faceta artística do caos... Embarque sem medo e com ânsia: "Estação 018, onde se fala da vida..."

domingo, 25 de novembro de 2012

Pedaço despedido


No início,
não imaginamos o fim
- nunca.

Geralmente somos tomados
por um senso infantil de infinitude
e o que nos faz feliz
não terá fim e seremos felizes
para sempre. "Enganoso é o coração
[...] quem o conhecerá?"

Parece cruel - e é -
mas a maioria das coisas
tem prazo de validade
(incluindo algumas felicidades).

O engraçado e irônico da existência
é saber que as eternidades são
construídas a cada adiamento da tristeza:
"Por favor, hoje não."


Jogos ilógicos.
Somos meros peões num tabuleiro
em que só jogam os que levam
a eternidade dentro de si.


Sedentos por felicidade,
essa matéria palpável, fixa e controlável,
unimos nossas mãos.
Sedentos por felicidade,
essa matéria amorfa, volátil e inflamável,
soltamos nossas mãos.
Sem saber se a cena irá repetir-se.

Peço que me despeças em paz
e que não me deixes ser
apenas mais um pedaço despedaçado
de um passado feliz.

Raul Cézar de Albuquerque
25/11/2012

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