Bem-Vindo ao Estação 018!


Seja bem-vindo ao "Estação 018"! Um blog pouco reticente, mesmo cheio destas reticências que compõem a existência. Que tenta ser poético, literário e revolucionário, mas acaba se rendendo à calmaria de alguns bons versos. Bem-vindo a uma faceta artística do caos... Embarque sem medo e com ânsia: "Estação 018, onde se fala da vida..."

quarta-feira, 7 de março de 2012

Procura-se...


"Procura-se o que eu já fui um dia.
Perdido há algum tempo e em algum lugar."
Uma frase dotada de subjetividade arredia.
Uma boa frase para resumir o que quero achar.

Eu quero me achar.
Não este eu sério, sujo e fechado.
Eu quero regressar.
Eu quero resgatar o que foi deixado.

Um dia desses fui procurar-me no espelho.
Previsivelmente, não me achei.
Previsivelmente, não fiquei vermelho.
Previsivelmente... eu não sei.

Eu não sei onde encontrar-me.
Mas sei que quero achar este "eu-perdido".
Mesmo sem certeza, quero reformular-me.
Quero restaurar o altar caído.

Altar? Sim, o altar violado pela hipocrisia.
Depredado pela depressão.
O altar escondido pela poesia.
Destruído pela razão.

"Procura-se um sorriso infalível."
"Procura-se algo para dizer"
"Procura-se um sonho impossível."
"Procura-se uma razão para viver."



[Recompensa? Eu não tenho nada valioso.
Não tenho nada de muito importante.
Posso dar-te um coração ansioso.
Posso dar-te um coração palpitante.]

Raul Cézar de Albuquerque
07/03/2012

2 comentários:

  1. Bom texto e belo blog.

    "Quero restaurar o altar... o altar violado pela hipocrisia."
    Isso fala muito da nossa missão enquanto poetas, numa época em que a arte é constatemente subvertida em prol da alienação.

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    Respostas
    1. Isso. Produzir arte hoje é tentar restaurar algo destruído há algum tempo... E são poucos para realizar esta tarefa, mas vamos seguindo...
      Obrigado pelo comentário!

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