escrever
é tentar a eternidade
como o corpo -mão e olhos -
volta ao pó e pelo vento vai,
o Poeta tenta se deixar
em linguagem
letra a letra
o Poeta tenta dar fonemas
à mudez surda das almas apressadas
o Poeta
- alma impunível -
tentar eternizar
as vidas não ternas
na gravidade dos dias,
o Poeta põe os ternos dos velhos
- juízes, cantores e engraxates -
e tenta eternizar-se de passado
Raul Albuquerque
Nenhum comentário:
Postar um comentário