Bem-Vindo ao Estação 018!


Seja bem-vindo ao "Estação 018"! Um blog pouco reticente, mesmo cheio destas reticências que compõem a existência. Que tenta ser poético, literário e revolucionário, mas acaba se rendendo à calmaria de alguns bons versos. Bem-vindo a uma faceta artística do caos... Embarque sem medo e com ânsia: "Estação 018, onde se fala da vida..."

quinta-feira, 28 de novembro de 2013

volte sempre


eu não sei por que uso 
tantas palavras tão difíceis,
se te amar é tão fácil...

eu não sei por que uso
tantas palavras tão grandes,
se te amar é tão breve...

talvez seja para contrapor

eu peço para segurar sua mão
... queria saber dançar

dá-me um prazer irredutível
só reduzir teu nome
e fazer-te meu sol
porque rima

é inconsequente te querer
mas dou-me esse direito
ainda que não tenha

quando olho o relógio
quero que não seja tarde

sei que os grandes amores
são incendiários e são sem contrato
então
me perca 
me esqueça num canto
me diga 
me compre num riso
me leve
me deixe só
mas volte
        volte sempre

talvez esse meu
volte sempre
seja igual ao
volte sempre
daquelas cidades
do interior 
que não têm mais de uma rua
uma igrejinha
uma venda
pessoas na calçada
aquelas cidades
que nada parecem oferecer
que a gente nunca pensa em morar nelas
mas elas deixam lá
por descuido ou esperança
uma placa de 
volte sempre

vai que alguém queira voltar?
vai que alguém queira ficar?

que incrível seria se você
viesse 
e ficasse...

Raul Albuquerque
28/11/2013

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